Questão
Simulado ENEM
2021
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
Exercicios-ser-crianc433ac3bb990
Em Exercícios de ser criança, publicado em 1999 e que ganhou nova edição, Manoel de Barros brinca de fingir que pode interromper o voo dos pássaros. Mas ele não deseja interromper. Antes, ele pretende corromper o silêncio no voo das pessoas. E corrompe bem. O autor de “todas as infâncias” faz (bem) o que sempre gostou de fazer: servir-se do comportamento infancioso de garotas e garotos para (nos fazer) recuar à idade onde tudo o que nos cerca é poesia.

Como tudo o que Manoel tocava (com o lápis) virava poema, aqui nessa aventura, bem acompanhado pelos desenhos e imagens de Fernanda Massotti e Kammal João, as descobertas anunciam-se e se sucedem ao ritmo do Barros: escrever é “peneirar água” com a brandura exigida pela sabedoria; por via da sua dedicação pueril, a pedra dá flor; e o narrador não morre afogado porque o rio já tinha sido escrito com linhas tortas, no lado avesso do carinho. Os personagens habituais — menino, pai, mãe, irmão, namorada imaginária do irmão — são convocados e aparecem. Debitam não apenas as falas, mas também os comportamentos que elogiam o absurdo-mágico que Manoel domina, adestra e forja para nos ofertar. No sorriso de quem lê, a magia acontece como nas mãos de uma criança que afoga bois imaginários que quase atravessam o rio. Mas se afogam, na correnteza poética, os bois, e valorizam o verso que deixa a salvo o menino: “eu não morri porque o rio era inventado”. 

Disponível em: https://www.quatrocincoum.com.br/br/resenhas/literatura-infantojuvenil/no-quintal-de-manoel-de-barros. Acesso em 6 out. 2021.

Como tudo o que Manoel tocava (com o lápis) virava poema, aqui nessa aventura, bem acompanhado pelos desenhos e imagens de Fernanda Massotti e Kammal João, as descobertas anunciam-se e se sucedem ao ritmo do Barros: escrever é “peneirar água” com a brandura exigida pela sabedoria; por via da sua dedicação pueril, a pedra dá flor; e o narrador não morre afogado porque o rio já tinha sido escrito com linhas tortas, no lado avesso do carinho. Os personagens habituais — menino, pai, mãe, irmão, namorada imaginária do irmão — são convocados e aparecem. Debitam não apenas as falas, mas também os comportamentos que elogiam o absurdo-mágico que Manoel domina, adestra e forja para nos ofertar. No sorriso de quem lê, a magia acontece como nas mãos de uma criança que afoga bois imaginários que quase atravessam o rio. Mas se afogam, na correnteza poética, os bois, e valorizam o verso que deixa a salvo o menino: “eu não morri porque o rio era inventado”. Disponível em: https://www.quatrocincoum.com.br/br/resenhas/literatura-infantojuvenil/no-quintal-de-manoel-de-barros. Acesso em 6 out. 2021.
A
que a poesia é uma forma de manifestar a visão mais objetiva da realidade à volta do poeta.
B
que o texto de Manoel de Barros está permeado de uma linguagem conflituosa com o mundo objetivo, uma vez que critica a vida adulta pelos personagens que explora em sua obra.
C
que a linguagem poética se assemelha ao universo infantil, na medida em que também se compõe da imaginação.
D
que os indivíduos possuem dificuldades de imaginação por não conseguirem dedicar-se à escrita de poemas.
E
que o poema não possui relação íntima com as situações imaginativas do cotidiano e sua subversão.