Fala-se, por exemplo, em aldeia global para fazer crer que a difusão instantânea de notícias realmente informa as pessoas. A partir desse mito e do encurtamento das distâncias – para aqueles que realmente podem viajar – também se difunde a noção de tempo e espaço contraídos. [...] Um mercado avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Há uma busca de uniformidade, ao serviço dos atores hegemônicos, mas o mundo se torna menos unido, tornando-se mais distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente universal. Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record.
O texto do geógrafo Milton Santos
1. faz um elogio à globalização, que aumentou a influência do Estado como controlador da vida econômica e social dos países.
2. aponta a globalização como responsável pela aparecimento da tão sonhada cidadania universal, que coloca todos os países em um mesmo plano.
3. critica a difusão da informação, que nem sempre se propõe a informar, porque é uma informação manipulada e mais confunde do que esclarece.
4. afirma que os “atores hegemônicos” (países ricos que lideram a economia mundial) não conseguem unir os países, mostrando ser utopia a cidadania universal.