Filho (enojado): A mãe faz o serviço do pai? Vai matar o homem?
Mulher: Matar o homem... Que jeito de falar. Eu quero que as Excelências saibam que eu posso cumprir a lei.
HILST, Hilda. Teatro completo: O Verdugo seguido de A morte do patriarca. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2018, p. 56.
Ao analisar o nazismo, em A parte obscura de nós mesmos: uma história dos perversos, a historiadora e psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco entende que
O nazismo inventou efetivamente um modo de criminalidade que perverte não apenas a razão de Estado, como, mais ainda, a própria pulsão criminal, uma vez que, em tal configuração, o crime é cometido em nome de uma norma racionalizada e não enquanto expressão de uma transgressão ou de uma norma não-domesticada.
ROUDINESCO, Elisabeth. A parte obscura de nós mesmos: uma história dos perversos. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2008, p. 131.
Com base no drama O verdugo de Hilda Hilst, bem como no fragmento supracitado de Elisabeth Roudinesco, explique, de forma dissertativa
A) como a análise da institucionalização da ideologia nazista acima, feita por Elisabeth Roudinesco, conecta-se ao argumento do drama O verdugo de Hilda Hilst.
B) qual é o conflito dramático em O verdugo. Após apresentá-lo, discorra acerca da relação entre dinheiro, barbárie e pertencimento social, retomando as ações das personagens da mulher e da filha do Verdugo.