Questão
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas
2012
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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Foi Antero de Quental quem primeiro chamou a atenção para a posição de Os Lusíadas à luz deste condicionalismo histórico: trata-se de um canto de exaltação pré-agônica. Um povo à beira da catástrofe maior, aquela que o levaria a perder a independência, solta um grito de glorificação que parece subir puro, direto e vertical ao céu dos sonhos imperiais. (...) Encarada como uma constatação de derrota, se a olharmos pelo prisma de Antero de Quental, a epopeia de Camões ecoa entretanto como um grito de vitória, se virmos a emanação do ideal renascentista de domínio do mundo pelo homem.

(Vítor Ramos. “Introdução” a Luís de Camões. Os Lusíadas. São Paulo: Cultrix, 2009. p. 13 e 14)

Sugere-se, nesse texto crítico, que por vezes
A
o caráter eminentemente lírico de um grande poema pode estar comprometido pelos excessos da ideologia de seu autor.
B
os momentos de graves tensões nacionais podem surgir disfarçados pela ironia com que um poeta as representa.
C
os poetas, fingidores que são, deixam-se arrebatar por um tema grandioso que nada tem a ver com a história de seu povo.
D
os grandes poemas épicos são motivados justamente pelo temor da degradação do poder de uma nação.
E
o condicionalismo histórico torna um poeta cego para a realidade em que vive, e que ele interpreta de modo inconsequente.