Foi Antero de Quental quem primeiro chamou a atenção para a posição de Os Lusíadas à luz deste condicionalismo histórico: trata-se de um canto de exaltação pré-agônica. Um povo à beira da catástrofe maior, aquela que o levaria a perder a independência, solta um grito de glorificação que parece subir puro, direto e vertical ao céu dos sonhos imperiais. (...) Encarada como uma constatação de derrota, se a olharmos pelo prisma de Antero de Quental, a epopeia de Camões ecoa entretanto como um grito de vitória, se virmos a emanação do ideal renascentista de domínio do mundo pelo homem.
(Vítor Ramos. “Introdução” a Luís de Camões. Os Lusíadas. São Paulo: Cultrix, 2009. p. 13 e 14)
Sugere-se, nesse texto crítico, que por vezes