Foi um tempo difícil. Meu pai se referia àquele período como (I) a pior seca desde 1932. Aquele também foi o último ano em que vi uma plantação extensa de arroz naquelas terras. O arroz, dependente de água, foi o primeiro a secar com a estiagem. Depois secaram a cana, as vagens de feijão, os umbuzeiros, os pés de tomates, de quiabo e de abóbora. Havia uma reserva de grãos guardada em casa e no galpão da fazenda. Com a seca, veio o medo de que nos mandassem embora por (II) falta de trabalho. Depois veio o medo mais imediato da fome. Os grãos passaram a rarear, o feijão acabou antes do arroz, e do arroz restava muito pouco. Havia um razoável suprimento de farinha de mandioca que algumas famílias fabricavam e trocavam por outros alimentos. Agora, mais que antes, seguíamos quase todos os dias para (III) os rios para pescar, e a cada pescaria só conseguíamos capturar peixes cada vez menores, que só serviam para dar um gosto ao angu de farinha. (...)
Disputamos a palma com o gado da fazenda. Havia uma parcela de terra destinada ao seu plantio. O cacto que (IV) se destinava à nossa alimentação estava em nossos quintais. Quem não foi previdente em ter sua própria plantação de palma, que acabaria com o passar dos meses, tinha que contar com a solidariedade de um vizinho para (V) garantir o cortado na mesa, guisado no azeite de dendê.
Vieira Jr., Itamar. Torto arado. Todavia, pp. 67-68. [versão e-reader]. Adaptado.
Há, na passagem apresentada, diversos elementos de coesão responsáveis pela conexão das informações contidas no texto.
É correto afirmar, após analisar os conectivos destacados no texto, que