Giorgio Agamben, um dos maiores filósofos vivos, publica regularmente breves crônicas no site da editora Quodlibet. Os três últimos textos comentam as medidas de confinamento e quarentena em vigor hoje na maior parte do mundo.
Para ele, qualquer poder sempre tende a querer uma dominação mais capilar, profunda e desobstruída da existência da gente.
E, para esse fim, o poder moderno achou uma artimanha perfeita. Deixou que a medicina erigisse sua arte e seu propósito em sistema de valores; com isso, o poder convenceu a todos de que o valor supremo seria o simples fato de viver ou sobreviver (o que Agamben chama de a “vida nua”).
(Caligaris, Contardo. “Para Agamben, pandemia funciona como pretexto para o poder satisfazer sua sede de mais domínio”. Folha de São Paulo, 26.03.2020)
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