“– Há no Egito certas pessoas encarregadas por lei de realizar os embalsamamentos, e fazem disso profissão. [...]
– O terceiro tipo de embalsamamento destina-se aos mais pobres. Injeta-se no corpo o licor denominado surmaia, envolve-se o cadáver no natro durante setenta dias, devolvendo-o depois aos parentes.
– Tratando-se de mulher, e se esta é bonita ou de destaque, o cadáver só é levado para embalsamamento decorridos três ou quatro dias após o seu falecimento. Toma-se essa precaução pelo receio de que embalsamadores venham a violar o corpo. Conta-se que, por denúncia de um dos colegas, foi um deles descoberto em flagrante com o cadáver de uma mulher recém falecida.
– Se se encontra um cadáver abandonado, seja o morto egípcio ou estrangeiro, trata-se de alguém atacado por crocodilo ou afogado no rio; a cidade em cujo território foi o corpo atirado é obrigada a embalsamá-lo, a prepará-lo da melhor maneira, a sepultá-lo em túmulo sagrado.”
HERÓDOTO (cerca de 484 a.C. - cerca de 420 a.C.). História. Brasília: UnB, 1985.
O texto demonstra a prática