Questão
Simulado ENEM
2022
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêm as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres.

Quem trilha esta senda, se tem gênio é Praxiteles na Grécia, é Rafael na Itália, é Reynolds na Inglaterra, é Dürer na Alemanha, é Zorn na Suécia, é Rodin na França, é Zuloaga na Espanha. Se tem apenas talento, vai engrossar a plêiade de satélites que gravitam em torno desses sóis imorredouros.

A outra espécie é formada dos que vêm anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência; são frutos de fim de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz do escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento. Embora se deem como novos, como precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu como a paranoia e a mistificação.

(Monteiro Lobato, Paranoia e Mistificação)

O trecho acima faz parte da crítica de Monteiro Lobato à exposição de Anita Malfatti de 1917. A parte selecionada faz referência à característica do Modernismo de se propor a 
A
criticar os conservadores por estes serem muito propícios a inovações.
B
buscar inovação na arte, abrindo caminho para os futuros artistas.
C
criar uma linguagem inovadora para a poesia, próxima à dos loucos.
D
estabelecer os parâmetros para as artes clássicas do passado.
E
modificar a maneira como são feitas as obras dos manicômios de então.