Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói.
(Apud Ítalo Moriconi (org). Os cem melhores contos brasileiros do século, 2000.)
Nesse trecho, o narrador menciona uma questão relevante acerca da escravidão no Brasil, que diz respeito ao fato de que