Há um velho ditado que diz que os mortos não contam histórias. Contudo, a colaboração entre química, física e arqueologia tem conseguido, cada vez mais, fazer com que pessoas mortas há séculos ou milênios nos digam algo de suas histórias. A análise de isótopos em materiais arqueológicos, como ossos, madeira e carvão, tem revelado muitas informações sobre o período, o ambiente e a dieta de nossos antepassados.
O carbono, por exemplo, existe naturalmente na forma de dois isótopos estáveis (¹²C e ¹³C), sendo predominante o mais leve deles. O teor de carbono-13 está associado ao clima que existia no passado em um dado local. Devido a certas diferenças no metabolismo dos vegetais, os ecossistemas de climas quentes e secos tendem a ficar enriquecidos em carbono-13, ao passo que os climas úmidos e frios tendem a gerar menores concentrações desse isótopo nos vestígios arqueológicos.
O carbono apresenta ainda um isótopo radioativo, o ¹⁴C, que decai lentamente com uma meia-vida de aproximadamente 5700 anos. Com a ajuda desse nuclídeo, pode-se determinar há quanto tempo morreu um organismo.
Outra aplicação arqueológica dos isótopos é a medição do teor de ¹⁵N, um isótopo minoritário do nitrogênio, em ossos encontrados em escavações. Os peixes apresentam um teor relativamente alto de ¹⁵N, e as pessoas que comem muito peixe ficam com um teor acima da média desse isótopo.
Com base no texto acima, é correto afirmar: