Questão
Universidade de São Paulo - USP - FUVEST
2003
1ª Fase
Historia-estranha218233badd6
História estranha 

Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos de idade. Está com quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde está a sua babá fazendo tricô. Não tem a menor dúvida de que é ele mesmo. Reconhece a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e... O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lágrimas. Sente uma coisa no peito. Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trás. 

O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Também se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos anos, como eu vou ser sentimental! 

(Luis Fernando Verissimo, Comédias para se ler na escola)

O discurso indireto livre é empregado na seguinte passagem:
A
Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo.
B
Reconhece a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena.
C
Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos de idade.
D
O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente.
E
O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta.