Homem comum
Sou um homem comum
de carne e de memória
de osso e esquecimento.
Ando a pé, de ônibus, de táxi, de avião
e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico
e pode
subitamente
cessar.
Sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas
rostos e
mãos, o guarda-sol vermelho ao meio-dia
em Pastos-Bons,
defuntas alegrias flores passarinhos
facho de tarde luminosa
nomes que já nem sei.
Ferreira Gullar
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/poemas-ferreira-gullar/ Acesso em fevereiro de 2021)
No processo de elaboração do poema, o poeta possibilita ao eu lírico uma identidade que aqui é representada pela: