Investigando o sistema olfativo dos camundongos, o biólogo brasileiro Fábio Papes, em parceria com o Instituto de Pesquisa Scripps, na Califórnia, notou que algo no odor exalado pelos predadores estimulava uma área nasal específica: o chamado órgão vomeronasal, uma estrutura formada por alguns milhares de células nervosas capazes de captar a informação química carregada pelo ar e transformá-la em impulsos elétricos, resultando nos impulsos cerebrais do medo.
Para descobrir se esse órgão participava apenas na identificação do cheiro dos predadores ou se atuava na identificação de outros odores desagradáveis, os testes foram repetidos expondo camundongos ao naftaleno, o principal componente das pastilhas de naftalina, liberado na queima da madeira e associado por animais ao odor do fogo. Tanto os roedores com vomeronasal ativo quanto os com órgão desativado (camundongos transgênicos), evitaram a gaze com naftaleno, sinal de que os neurônios desligados agiam na identificação dos inimigos naturais.
(Adaptado: Revista Pesquisa Fapesp, junho de 2010, p. 53)
Pesquisadores demonstraram que estímulos químicos provenientes da urina de machos de camundongos desencadeiam alterações no comportamento reprodutivo de fêmeas. Essa resposta é produzida quando a membrana de neurônios receptores do órgão vomeronasal capta os estímulos químicos e desencadeia um impulso nervoso.
Sobre esse fenômeno é correto afirmar que