Questão
Universidade do Estado do Mato Grosso - UNEMAT
2023
Fase Única
Ironia-e-retorica-que1091b83382d
Ironia é “uma figura retórica em que se diz o contrário do que se diz, o que implica o reconhecimento da potencialidade de mentira implícita na linguagem”; portanto, trata-se de “uma estrutura comunicativa que se relaciona (no texto) com sagacidade”.

DUARTE, L. P. Ironia, humor na literatura. São Paulo: Alameda, 2006, p.18-19. (Adaptado)

ALMEIDA, M. A. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Editora Moderna, 1993. (Coleção travessias). (Adaptado)

DUARTE, L. P. Ironia, humor na literatura. São Paulo: Alameda, 2006, p.18-19. (Adaptado)

Assinale a alternativa, em cujo trecho retirado da obra Memórias de um sargento de milícias, escrita por Manuel Antônio de Almeida, no período de 1854 a 1855, comparece a ironia que, por sinal, é uma marca recorrente nessa obra.
A
“Era a comadre uma mulher baixa, excessivamente gorda, bonachona, ingênua ou tola até certo ponto, e finória até outro; vivia do ofício de parteira, que adotara por curiosidade, e benzia de quebranto; todos a conheciam por muito beata e pela mais desabrida papa-missas da cidade.” (p. 34).
B
“Terminada a história, José Manuel começou a instar com D. Maria para que lhe desse explicação das palavras duvidosas que há pouco havia dito a seu respeito. A comadre, assim que viu o negócio neste pé, foi tratando de retirar-se, depois de trocar com D. Maria um olhar que queria dizer “não me comprometa”.” (p.84).
C
“Assim um dia que uma mulher de mantilha o foi procurar, e se pôs com ele a conversar por algum tempo em particular, passavam uns e outros e escarravam junto da porta, ou deixavam escapar uma ou outra chalaça análoga.” (p.37).
D
“Era o Vidigal um homem alto, não muito gordo, com ares de moleirão; tinha o olhar sempre baixo, os movimentos lentos, e voz descansada e adocicada. Apesar desse aspecto de mansidão, não se encontraria por certo homem mais apto para o seu cargo [...]". (p. 29).
E
“Chegaram todos depois de longo caminhar, e quando já brilhava nos céus um desses luares magníficos que só fazem no Rio de Janeiro, a uma casa da Rua da Vala. Naqueles tempos uma noite de luar era muito aproveitada, ninguém ficava em casa [...].” (p.96).