Questão
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas
2015
Fase Única
੦ Português
੦ Português
Gramática
Interpretação de texto
Interpretação de texto literário
Ja-estamos-habituados16656cf1ac2
Já estamos habituados ao romance anual de José Lins do Rego: uma escapada ao Nordeste em sua companhia faz parte do nosso ritmo de vida. Durante cinco anos, em livros ora mais plenamente realizados, como Menino de engenho, ora mais fracos, como Doidinho, mas sempre vivos e verdadeiros, o romancista nos trazia mais um caso da família do velho coronel José Paulino, mais um aspecto da existência nas lavouras de cana do Nordeste, e da indústria do açúcar. (...) Que daria José Lins do Rego sem o açúcar, sem as recordações de infância? O romance Pureza foi a resposta que nos permitiu aquilatar com segurança da sua capacidade de criar livremente, sem o ponto de partida das evocações de gente e coisas familiares. 

(Adaptado do prefácio de Lúcia Miguel Pereira a Pureza, de José Lins do Rego. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956, 5. ed.)

A partir das considerações que a crítica Lúcia Miguel Pereira faz a respeito de José Lins do Rego deve-se entender que esse escritor,
A
com o romance Pureza, desviou-se de uma carreira que vinha em ascensão ao escrever um romance mais frágil que Doidinho.
B
com o romance Pureza, abusou da representação ficcional do ciclo da cana-de-açúcar, repetindo histórias do coronel José Paulino.
C
no final da vida, comprovou que sua força de romancista dependia inteiramente de suas recordações da infância, trazidas do tempo dos engenhos e das usinas.
D
afastando-se do tema já muito frequentado do universo da cana-de-açúcar, provou, com Pureza, que tinha imaginação e talento para desenvolver outros temas.
E
ao se afastar de um tema que lhe era muito familiar, acabou encontrando um caminho muito rico ao utilizar como narrador a figura do velho coronel José Paulino.