[...], Kant dialoga com ideias de Lineu e Buffon. Usa categorias lineanas como ponto de partida, tentando basear sua resposta numa taxonomia abrangente da humanidade. Seu conceito de raça é universal, no sentido que abarca todo o mundo conhecido, mas também utiliza um leque de dados que são visíveis, tangíveis, considerando as diferenças geradas pelas nacionalidades e pela localização geográfica. O filósofo segue essencialmente a tese de Lineu, que divide a humanidade em quatro partes, cada uma ocupando um continente, mas privilegia, por outro lado, as explicações climáticas de Buffon. De acordo com Kant, todos os seres humanos pertencem à mesma espécie porque são capazes de procriar entre si, gerando descendentes férteis. Todos provêm, portanto, da mesma linhagem inicial, que seria a “tribo humana original” antes de sua dispersão pelo mundo. Nesse caso, as “raças” são somente derivações e, por vezes, degenerescências.