Questão
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas
2015
Fase Única
Le-numa-cronica-Manuel1615d8064e2
Lê-se numa crônica de Manuel Bandeira, escrita em 1934: 

Tenho um amigo que andou alguns anos na Alemanha onde gozou, como bom brasileiro, da liberdade de costumes que vai por lá. Mas parece que houve um momento em que se descuidou, e o resultado foi uma paternidade, bravamente aceita. Voltou para o Brasil, veio depois a vitória nazista, e agora chega uma carta em que se lhe pede que prove perante os tribunais alemães a sua qualidade de ariano. (...) A carta acabava como acabam hoje todas as cartas dos alemães que se conformaram com o nazismo – com um “Heil Hitler!”, como quem diz “ciao”. 

(Crônicas inéditas. São Paulo: Cosac Naify, 2009, p. 160. Org. por Julio Castañon Guimarães)

Soube-se depois que esse “amigo” a que discretamente se referia Manuel Bandeira era Sérgio Buarque de Holanda, autor de Raízes do Brasil, um clássico da época, assim como o foi Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre.

A respeito do texto acima é correto afirmar:
A
Os livros de Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre, considerados clássicos da época, foram importantes para a eclosão do movimento abolicionista.
B
Autor de finas crônicas, Manuel Bandeira foi sobretudo um poeta modernista capaz de produzir alta poesia com base em experiências vividas no mais simples cotidiano.
C
O autor do texto sugere que as expressões “Heil Hitler” e “ciao”, em suas respectivas línguas, são formas de tratamento informais e afetivas.
D
Depreende-se das informações desse texto de 1934 que a tenebrosa tese da superioridade ariana nasceu com o desenvolvimento da Segunda Guerra.
E
As publicações e os acontecimentos históricos referidos no texto podem ser considerados antecedentes das vanguardas modernistas no Brasil e na Europa.