Leia atentamente o seguinte trecho de uma reportagem:
“A morte de Ayrton Senna comoveu o país. O desalento foi geral. Independentemente do ‘big carnival’ da mídia, todos perguntavam o que Senna significava para milhões de brasileiros. Por que a perda parecia tão grande? O que ia embora com ele?
Dias depois, uma mulher morreu atropelada na avenida das Américas, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Ficou estendida na estrada por duas horas. Como um ‘vira-lata’, disse um jornalista horrorizado com a cena! Nesse meio-tempo, os carros passaram por cima do corpo, esmagando-o de tal modo que a identificação só foi possível pelas impressões digitais. Chamava-se Rosilene de Almeida, tinha 38 anos, estava grávida e era empregada doméstica”.
FREIRE, Jurandir Costa. Desiguais na vida e na morte, Folha de São Paulo, 22 de maio de 1994, Caderno Mais!, p. 15.
A característica da realidade social apontada nessa análise crítica diz respeito à