Leia com atenção o trecho a seguir:
Desinformar, ensina o dicionário, “é informar mal; fornecer informações inverídicas”. Empregada como arma de guerra, a desinformação significa trabalhar a opinião pública de modo que está, chamada a decidir sobre ideia, pessoa ou evento, ajuíze conforme o querer do desinformador.
Não se trata de novidade. É recurso tão antigo quanto os conflitos. Porém, no Brasil, raramente foi tão hábil e eficientemente engenhada e utilizada como em 1932 em favor do Governo Provisório. Contribuiu para circunscrever o âmbito da Revolução Constitucionalista, inamistá-lá em várias áreas do país e para favorecer a mobilização destinada a enfrentá-la.
Gente simples, recrutada ao norte e ao sul, entrou na luta acreditando combater estrangeiros que tendo se apoderado do controle econômico de S.Paulo buscavam empalmar o mando político. Isso fariam ajudados por alguns paulistas antigos, egoístas, rancorosos, vingativos, intencionando fazer do Estado um país independente, hostil às áreas e às classes empobrecidas do Brasil. Os intrusos e os separatistas disfaçariam seus propósitos com o reclamar convocação de assembléia constituinte. Uns e outros deveriam ser combatidos sem piedade.(Hernâni Donato, “Desinformação, arma de guerra em 1932”, DO Leitura, São Paulo, 11(33), Junho de 1993).
a) Quem são, segundo o Governo Provisório, os dois inimigos a serem combatidos?
b) O que significa, e a quem se refere, no contexto, a expressão isso fariam?
c) Dada a tese do autor de que o Governo Provisório desinformava, como devem ser interpretadas as ocorrências do futuro do pretérito, especialmente fariam e desfarçariam?