A personagem da tira apresenta uma crise existencial característica do sujeito contemporâneo, que, entre outros fatores, é motivada pela crise financeira, o que pode ser comprovado linguisticamente pelo uso do adjetivo “barata”, empregado no primeiro quadrinho.

A tirinha ressalta o poder da leitura em abordar de forma profunda e meditativa questões que transcendem a banalidade e superficialidade dos assuntos cotidianos, ajudando, assim, os leitores a operarem significativas transformações em suas vidas.

As aspas utilizadas no segundo quadrinho são usadas para indicar a citação de um trecho do texto lido pela personagem, que, formalmente, se aproxima do texto poético devido à métrica, já que os versos são escritos em redondilhas, além da utilização da rima já referida na tira.

As palavras “casinha”, “janela”, “porta” e “tramela” pertencem ao mesmo campo semântico, estabelecendo relações de sinonímia e hiponímia entre si, o que aproxima o trecho do tipo textual poético.

No segundo quadrinho da tira, a satisfação do cliente com o texto lido constitui uma crítica ao procedimento poético, que, ao ser aplicado ao texto filosófico, diminui-lhe o alcance crítico, ao subordinar a metodologia científica da filosofia à estética da poesia.