Leia o excerto abaixo:
“Um livro só começa a existir quando um leitor o abre. Esta afirmação resume o novo olhar dos historiadores em relação à leitura. Durante muito tempo eles mantiveram frente à leitura uma atitude linear, supondo-a invariável, natural a todas as pessoas de todas as épocas. Hoje, inúmeras pesquisas nos ensinam a ver, no gesto trivial de ler um texto, uma variação quase infinita, possível de ser reconstituída nos diversos momentos da história. Claro que a difusão do ‘livro com páginas’ tal como o conhecemos, assim como a primeira revolução na história do livro – a invenção da imprensa no século XV – provocaram um alargamento enorme do número de leitores. A segunda grande mutação nas maneiras de ler ocorreu no final do século XVIII com a passagem de hábitos intensivos de leitura – a leitura constante e repetida de textos de caráter religioso (a Bíblia era o grande best-seller!) – para hábitos extensivos de leitura do leitor moderno, que (mal) lê vários livros, ávido por novidades.”
(A sedutora história da leitura. Revista História Viva, edição 6, abril de 2004.)
a) Descreva o que seria o “novo olhar em relação à leitura” segundo o historiador Elias Thomé Saliba.
b) Considerando o contexto do excerto, por que o historiador considera os leitores modernos maus leitores?