Leia o excerto a seguir da obra Marília de Dirceu de Tomás Antônio Gonzaga.
Da sorte que vive o rico
Entre o fausto alegremente,
Vive o guardador do gado
Apoucado,
Mas contente.
Beije pois torpe avarento
As arcas de barras cheias:
Eu não beijo os vis tesouros,
Beijo as douradas cadeias,
Beijo as setas, beijo as armas
Com que o cego Amor venceu:
Bens, que valem sobre a terra,
E que têm valor no Céu.
GONZAGA. Tomás Antônio. Marília de Dirceu. São Paulo: Ediouro, 1992.
No excerto de Marília de Dirceu, poema de Tomás Antônio Gonzaga, escritor do Arcadismo Brasileiro, observa-se o eu lírico comparar a vida do homem rico e do homem do campo, defendendo que há felicidade mesmo sem muita riqueza (Apoucado,/Mas contente), cultuando um modo de vida mais equilibrado. Na estética da poesia árcade, isso se reflete por meio de uma arte que se expressa sem exageros, em oposição aos excessos da estética do Barroco. Tal princípio do Arcadismo se baseia