Questão
Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC-PR
2016
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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Leia os excertos a seguir:

“[...] 111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos

Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres

E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos [...]”

(“Haiti”, CD Tropicália 2, 1993. Música de Caetano Veloso e Gilberto Gil, letra de Caetano Veloso).

Ali Kamel: “A face mais feia da sociedade brasileira, mas que frequentemente se manifesta de maneira inconsciente, é o que chamo de ‘classismo’: o preconceito contra os pobres. Estou cada vez mais seguro de que o racismo decorre essencialmente do ‘classismo’. O negro que dirige um carro de luxo e é confundido com um motorista, e, por isso, maltratado, é mais vítima de ‘classismo’ do que de racismo. [...] 

Isso não torna o ‘classismo’ menos odioso que o racismo.”

(Adaptado de KAMEL, Ali. Não somos racistas: uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, p. 101).

Alberto Carlos Almeida: “Os resultados reafirmam que há o preconceito racial, favorecendo os brancos em detrimento de pardos e pretos. E ele não é suave (se é que se pode dizer que há preconceito suave) como o estatístico, trata-se sim de um preconceito normativo. Tem interação com a posição social mensurada com a ajuda de uma proxy: a profissão. Os pardos e pretos que alcançam uma posição social melhor [...] são vistos com menos preconceito do que os que ficam na base da pirâmide social [...].”

(Adaptado de ALMEIDA, A. Carlos. A cabeça do brasileiro. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 253).

O trecho da letra composta por Caetano Veloso e os dois excertos permitem concluir, em comum, que o preconceito no Brasil:
A
atinge todas as classes sociais independente da etnia.
B
já foi superado em espaços onde a cultura se dissipa, como nas universidades e órgãos públicos.
C
é fruto da mídia e de grandes grupos econômicos que estimulam a cisão entre grupos étnicos, buscando lucro com produtos diferenciados.
D
está restrito as questões econômicas, visto que o acesso aos espaços públicos é livre independente da etnia ou credo.
E
ainda está latente, tanto sob o ponto de vista econômico como étnico.