Leia o fragmento a seguir, de “A hora e vez de Augusto Matraga”, narrativa que integra Sagarana, de João Guimarães Rosa.
Nos domingos, tinha o seu gosto de tomar descanso: batendo mato, o dia inteiro, sem sossego, sem espingarda nenhuma e nem nenhuma arma para caçar; e, de tardinha, fazendo parte com as velhas corocas que rezavam o terço ou os meses dos santos. Mas fugia às léguas de viola ou sanfona, ou de qualquer outra qualidade de música que escuma tristezas no coração.
Quase sempre estava conversando sozinho, e isso também era de maluco, diziam; porque eles ignoravam que o que fazia era apenas repetir, sempre que achava preciso, a fala final do padre:
— “Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há-de ter a sua”. — E era só.
E assim se passaram pelo menos seis ou seis anos e meio, direitinho deste jeito, sem tirar e nem pôr, sem mentira nenhuma, porque esta aqui é uma estória inventada, e não é um caso acontecido, não senhor.
(ROSA, João Guimarães. Ficção completa. Vol 1. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017, p. 307.)
Vocabulário:
¹ estadão: luxo.
² mourejar: trabalhar duro.
Considerando a trajetória do protagonista de “A hora e vez de Augusto Matraga”, é correto afirmar que o fragmento em questão refere-se ao período em que: