Questão
Provão Paulista
2023
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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Leia o soneto do poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage.

De cima dessas pedras escabrosas¹,

Que pouco a pouco as ondas têm minado,

Da lua com o reflexo prateado

Distingo de Marília as mãos formosas.

Ah!, que lindas que são, que melindrosas²!

Sinto-me louco, sinto-me encantado.

Ah!, quando elas vos colhem lá no prado,

Nem vós, lírios, brilhais, nem vós, ó rosas!

Deuses! Céus! Tudo o mais que tendes feito,

Vendo tão belas mãos, me dá desgosto;

Nada, onde elas estão, nada é perfeito

Oh!, quem pudera uni-las ao meu rosto!

Quem pudera apertá-las no meu peito!

Dar-lhes mil beijos e expirar³ de gosto!

(Manuel Maria Barbosa du Bocage. Poemas escolhidos, 1974)

¹escabrosas: escarpadas.

²melindrosas: delicadas.

³expirar: exalar o último suspiro; morrer.

Na segunda estrofe, o eu lírico dirige-se, mediante vocativos,

A

ao prado, apenas.

B

às mãos de Marília e ao prado, apenas

C

às mãos de Marília, aos lírios e às rosas.

D

aos lírios e às rosas, apenas.

E

às mãos de Marília, apenas.