Leia a passagem do romance O seminarista e responda à questão.
Como remédio prático para combater a tentação, recomendou-lhe que se desse a trabalhos incessantes do corpo e do espírito; exercício ativo e violento mesmo nas horas de recreio, lição dobrada a estudar na ocasião do repouso, e sobretudo orações, penitências e mortificações durante a noite.
O estudante ouvia com a maior atenção, e recolhia no fundo da alma todos os conselhos e exortações do padre, dispondo a pô-los em prática imediatamente. De todas as coisas, porém, que disse o padre, a que mais profunda mossa deixou em seu espírito foi a alusão da serpente no paraíso. Lembrou-se da cobra que se tinha enleado ao corpo de Margarida, quando era pequenina, das palavras que então sua mãe proferiu com respeito à serpente que tentou Eva no paraíso, e estremeceu.
Havia ali uma terrível analogia de situações, que ele sentia confusamente; as sinistras apreensões da mãe pareciam tender a realizar-se; um terror vago se apoderou da alma de Eugênio.
(GUIMARÃES, Bernardo. O seminarista. 9. ed. São Paulo: Ática, 1982. p. 39-40.)
Sobre a passagem do romance, assinale a alternativa correta.