Questão
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
2013
2ª Fase
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Discursiva
Leia a seguinte passagem do texto de Hume, Do padrão do gosto:

Procurar estabelecer uma beleza real, ou uma deformidade real, é uma investigação tão infrutífera como procurar determinar uma doçura real ou um amargor real. Conforme a disposição dos órgãos do corpo, o mesmo objeto tanto pode ser doce como amargo, e o provérbio popular afirma com muita razão que gostos não se discutem. É muito natural,  e mesmo absolutamente necessário, aplicar este axioma ao gosto mental, além do gosto corpóreo, e assim o senso comum, que tão frequentemente diverge da filosofia [...], ao menos num caso está de acordo em proferir idêntica decisão. (HUME, David. Do padrão do gosto. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural,1992, p. 262).

O trecho acima corresponde a uma passagem na qual Hume procura descrever a posição de alguns filósofos seus contemporâneos para os quais o gosto é uma expressão de certos sentimentos e, desse modo, não comporta uma decisão em termos de verdade ou falsidade, como ocorre no caso de outros juízos nos quais emitimos nossas opiniões. Essa posição, caso fosse correta, impossibilitaria o estabelecimento de um padrão de gosto, ou seja, de uma regra capaz de conciliar as diversas opiniões dos homens no que diz respeito ao valor de uma obra de arte, por exemplo. Segundo Hume, essa posição coincide com o famoso provérbio de que gosto não se discute, o qual, por sua vez, parece refletir o pensamento da maior parte das pessoas, ou seja, do senso comum.

A) A partir do que foi dito acima, e com base em outras informações contidas no texto, APRESENTE os argumentos de Hume que problematizam esse famoso provérbio.

B) Com base em suas próprias experiências, APRESENTE e JUSTIFIQUE a sua posição pessoal em relação a esse mesmo provérbio.