Leia o poema Canção, de Cecília Meireles.
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas..
MEIRELES, Cecília. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o poema acima.
( ) O poema apresenta uma realidade inédita, percebida por meio dos sonhos que afundam em um navio.
( ) As palavras “navio”, “mãos” e “mar”, entre outras, aparecem deslocadas em um ambiente distanciado da realidade.
( ) O “sonho” é posto no mar para posteriormente naufragar, ou seja, não se realizar.
( ) A abertura do mar com as mãos do eu-lírico é uma ação presente na realidade cotidiana.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é