Leia o poema “Terza rima” (em tradução livre: “Terceira rima”), de Álvares de Azevedo,
É belo dentre a cinza ver ardendo
Nas mãos do fumador um bom cigarro,
Sentir o fumo em névoas recendendo...
Do cachimbo alemão no louro barro
Ver a chama vermelha estremecendo
E até... perdoem... respirar-lhe o sarro¹!
Porém o que há mais doce nesta vida,
O que das mágoas desvanece o luto
E dá som a uma alma empobrecida,
Palavra d’honra, és tu, ó meu charuto!
(Álvares de Azevedo. Lira dos vinte anos, 1996.)
¹sarro: resíduo de fumo e nicotina que adere aos tubos de cachimbo.
Nesse poema, Álvares de Azevedo afasta-se da imagem tradicional de poeta sofredor e desesperado na medida em que explora uma temática