Questão
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SUL - PUC-RS
2017
Fase Única
Leia-poema-meu-pai200e388745d
Leia o poema A meu pai morto, de Augusto dos Anjos, e analise as afirmativas. 

Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra. 
Em seus lábios que os meus lábios osculam Microrganismos fúnebres pululam 
Numa fermentação gorda de cidra. 

Duras leis as que os homens e a hórrida hidra A uma só lei biológica vinculam, 
E a marcha das moléculas regulam, 
Com a invariabilidade da clepsidra!... 

Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos Roída toda de bichos, como os queijos 
Sobre a mesa de orgíacos festins!... 

Amo meu Pai na atômica desordem 
Entre as bocas necrófagas que o mordem 
E a terra infecta que lhe cobre os rins! 

I. As estrofes que começam por “Podre meu Pai!” reiteram a ideia de que, por trás da Morte, há a presença de bichos e microrganismos cuja função é servir à lei biológica, que conduz todo ser vivo ao seu fim e à dissolução. 

II. O poema, por ser um soneto, contrasta com a produção de Augusto dos Anjos, em geral marcada pela presença de versos livres e pela renovação formal. 

III. O uso de vocabulário científico, transformado em linguagem poética pelo autor, é percebido na poesia de Augusto dos Anjos. 

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são 


A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e lll.