Leia o poema a seguir:
Meu Deus, que estais pendente em um madeiro
Meu Deus, que estais pendente em um madeiro,
Em cuja lei protesto de viver,
Em cuja santa lei hei de morrer
Animoso, constante, firme e inteiro.
Neste lance, por ser o derradeiro,
Pois vejo a minha vida anoitecer,
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um Pai manso Cordeiro.
Mui grande é vosso amor, e meu delito,
Porém, pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor que é infinito.
Esta razão me obriga a confiar,
Que por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.
MATOS, Gregório. Meu Deus, que estais pendente em um madeiro.
Disponível em: https://pt.wikisource.org/wiki/Meu_Deus,_que_estais_pendente_em_um_madeiro. Acesso em: 18 dez. 2022.
No Soneto “Meu Deus, que estais pendente em um madeiro”, do escritor barroco Gregório de Matos, é possível observar um jogo de ideias, em que o eu lírico expressa e reflete sobre diversos conceitos e ideias que atormentam sua alma, tais como: a eminência e proximidade da morte, a condição de pecador e a esperança de obter a salvação de sua alma. Tal processo reflexivo presente na poesia barroca é conhecido como