Leia o soneto, abaixo transcrito, do poeta mineiro Cláudio Manuel da Costa.
XXXI
Estes os olhos são da minha amada:
Que belos, que gentis, e que formosos!
Não são para os mortais tão preciosos
Os doces frutos da estação dourada.
Por eles a alegria derramada,
Tornam-se os campos de prazer gostosos;
Em Zéfiros suaves, e mimosos
Toda esta região se vê banhada.
Vinde, olhos belos, vinde; e enfim trazendo
Do rosto de meu bem as prendas belas,
Dai alívios ao mal, que estou gemendo:
Mas ah! delírio meu, que me atropelas!
Os olhos, que eu cuidei que estava vendo
Eram (quem crera tal!) duas estrelas.
(COSTA, Cláudio Manuel da. Sonetos. In: FILHO, Domício P. (Org.). A poesia dos inconfidentes: poesia completa de Claudio Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga e Alvarenga Peixoto. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1966, p.64-65.)
Com base nos elementos da estética do Arcadismo presentes nesse poema, é correto afirmar que