Leia o texto:
Mal Secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
CORREIA, Raimundo. Melhores poemas de Raimundo Correia. Seleção de Telenia Hill. 2. ed. São Paulo: Global, 2001, p.49.
Considerando aspectos formais e de conteúdo do texto lido, analise as assertivas a seguir:
I. As duas primeiras quadras apresentam encadeamentos (ou enjambements).
II. O poema é uma elegia com versos dodecassilábicos em oitava rima.
III. O sujeito lírico, no último terceto, aborda o disfarce das pessoas quanto a suas verdadeiras emoções.
IV. O poema induz a uma reflexão filosófica acerca da importância que a aparência tem na sociedade.
V. Todas as rimas do poema são ricas: pertencem a classes gramaticais diferentes.
Assinale a alternativa correta: