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O preço da saúde
Numa evidência de que as políticas antitabagistas vêm surtindo efeito, pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelou que, em duas décadas, a parcela de fumantes da população brasileira com mais de 18 anos reduziu-se quase pela metade.
Na divisão por gênero, 22% dos brasileiros e 13% das brasileiras são tabagistas. De acordo com levantamento recente, as mulheres começam a fumar antes que os homens – e também os antecedem no abandono do vício. A gravidez seria uma das explicações para esse comportamento.
As advertências públicas acerca dos males do fumo apareceram na década de 1960. Os britânicos, em 1962, foram os primeiros a exigir que produtos derivados do tabaco estampassem avisos sobre potenciais riscos à saúde.
Na prática, esses alertas pouco significaram. Foi só a partir da década de 1980 que o combate ao cigarro virou política pública e estabeleceram-se medidas restritivas a seu uso.
Um dos principais argumentos esgrimidos pela cruzada antitabagista é o custo que os fumantes representam para a saúde pública. Já há até planos privados que cogitam oferecer descontos caso o conveniado não fume ou abstenha-se de consumir álcool.
Faz sentido que Estado e empresas pautem-se pela eficiência. No entanto, a tentativa de precificar hábitos, vícios e comportamentos requer alguma moderação. Não só pelas incertezas inerentes a esse tipo de cálculo mas pelo risco que pode representar ao livre-arbítrio.
(Folha de S.Paulo, 02.09.2010. Adaptado)
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