Leia o texto a seguir.
Meu caro Gláucon, este quadro [...] deve agora aplicar-se a tudo quanto dissemos anteriormente, comparando o mundo visível através dos olhos à caverna da prisão, e a luz da fogueira que lá existia à força da luz do Sol. Quanto à subida ao mundo superior e à visão do que lá se encontra, se a tomares como à ascensão da alma ao mundo inteligível, não iludirás a minha expectativa, já que é teu desejo conhecê-la. [...] Pois, segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a ideia de Bem; e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que, no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; que no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para ser sensato na vida particular e pública.
(PLATÃO. República. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2010. p. 319.)
Sobre a teoria do conhecimento de Platão, considere as afirmativas a seguir.
I. Há um paralelo entre o Sol, no mundo sensível, e a ideia de Bem, no inteligível.
II. A realidade sensível é uma imitação das essências inteligíveis.
III. O conhecimento sensível é incompleto se não buscar compreender o inteligível.
IV. Conhecemos a realidade inteligível confiando no que recebemos via sensação.
Assinale a alternativa correta.