Leia o texto a seguir.
Ontem, a Igreja, instituindo uma ruptura social entre clérigos e fiéis, mantinha a Escritura no estatuto de uma “Letra” supostamente independente de seus leitores e, de fato, de posse dos seus exegetas: a autonomia do texto era a reprodução das relações socioculturais no seio da instituição cujos pressupostos fixavam o que se deveria ler na Escritura. Com o enfraquecimento da instituição, aparece entre o texto e seus leitores a reciprocidade que ela escondia, como se, em se retirando, ela permitisse ver a pluralidade indefinida das “escrituras” produzidas por diversas leituras. A criatividade do leitor vai crescendo à medida que vai decrescendo a instituição que a controlava. Este processo, visível desde a Reforma, começa a inquietar os eclesiásticos.
(Adaptado de: CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 243-244.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Reforma Protestante e Contrarreforma, assinale a alternativa correta.