Leia os textos abaixo com atenção.
Texto I:
Choviam caçadores de tesouro sobre a inóspita paragem. A montanha, a quase cinco mil metros de altura, era o mais poderoso dos ímãs, mas a seus pés a vida era dura, inclemente: passava-se frio como se fosse um imposto, e num abrir e fechar de olhos uma sociedade rica e desordenada brotou, em Potosí, junto com a prata.
(GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 42)
Texto II:
A mita era uma máquina de triturar índios. O emprego do mercúrio para a extração de prata por amálgama envenenava tanto ou mais do que os gases tóxicos do ventre da terra. Fazia cair o cabelo, os dentes e provocava tremores incontroláveis. Os “azogados” se arrastavam pedindo esmolas pelas ruas. Seis mil e quinhentas fogueiras ardiam na noite sobre as ladeiras da montanha, e nelas se trabalhava a prata, valendo-se do vento que o “glorioso Santo Agostinho” mandava do céu. Por causa da fumaça dos fornos não havia pastos nem plantações num raio de seis léguas ao redor de Potosí, e as emanações não eram menos implacáveis com os corpos dos homens.
(GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 65)
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o trabalho compulsório nas regiões da América colonizada pela Espanha, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) a seguir:
Os espanhóis exploraram o trabalho indígena por meio da mita nas áreas de mineração de ouro e prata, tendo sido aplicada com maior intensidade na região andina, correspondente hoje aos territórios do Peru e da Bolívia.