Leia o trecho de Memórias póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881 e considerado um marco do realismo no Brasil.
Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isso não é romance em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo para fins secretos da criação.
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática, 1992, p. 59.
A análise do trecho e do contexto de produção da obra revela um afastamento da estética romântica em virtude da