Questão
Centro Universitário São Camilo
2018
Fase Única
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Leia o trecho do livro A dança do universo, do físico brasileiro Marcelo Gleiser

Na dedicatória de seu livro O progresso da sabedoria (1605) a Jaime I, sir Francis Bacon declara: “de todas as pessoas ainda vivas que conheci, sua Majestade é o melhor exemplo de um homem que representa a opinião de Platão, de que todo conhecimento é apenas memória”. Embora Platão tenha provavelmente escrito essas linhas como uma alegoria à sua crença na imortalidade da alma, e Bacon, como parte de um astuto plano para obter certos favores do rei, podemos nos referir a elas como uma alegoria à enorme importância que o pensamento grego exerceu e exerce no desenvolvimento da cultura ocidental.

Após derrotar os persas em uma série de conflitos durante as primeiras décadas do século V a.C., a civilização grega viveu um século e meio de grande esplendor, inspirada pela liderança de Péricles, que governou Atenas por 32 anos, de 461 a 429. Nem mesmo as amargas disputas entre Atenas, Esparta e outros Estados, que acabaram resultando na Guerra do Peloponeso, entre 431 e 404, conseguiram ofuscar o incrível nível de sofisticação atingido durante esse período. Nas palavras de H. G. Wells, “durante esse período o pensamento e o impulso criativo e artístico dos gregos ascenderam a níveis que os transformaram numa fonte de luz para o resto da História”. Que essa luz tenha continuado a brilhar através dos tempos, sobrevivendo a séculos de intolerância religiosa e muitas guerras, é a prova concreta de coragem intelectual daqueles que acreditam que a busca do conhecimento é o antídoto contra a cegueira causada pela repressão e pelo medo.

(A dança do universo, 2006. Adaptado.)

Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:
A
“como parte de um astuto plano para obter certos favores do rei” (1° parágrafo)
B
“sobrevivendo a séculos de intolerância religiosa e muitas guerras” (2° parágrafo)
C
“Nem mesmo as amargas disputas entre Atenas, Esparta e outros Estados” (2° parágrafo)
D
“Embora Platão tenha provavelmente escrito essas linhas como uma alegoria à sua crença na imortalidade da alma” (1° parágrafo)
E
“Após derrotar os persas em uma série de conflitos durante as primeiras décadas do século V a.C.” (2° parágrafo)