Leia o trecho do poema a seguir.
Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A noite geral prossegue,
a manhã custa a chegar,
mas o leiteiro
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.
(ANDRADE, C. D. A morte do leiteiro. In: Antologia Poética. 61.ed. Rio de Janeiro: Record, 2008. p.180.)
Levando em conta o contexto geral da obra A Rosa do Povo, o poema “A morte do leiteiro”