Leia o seguinte trecho:
“O triste do homem, lá, decretado, embargando-se de poder falar algumas suas palavras. Ao sofrer o assim das coisas, ele, no oco sem beiras, debaixo do peso, sem queixa, exemploso. E lhe falaram: - “O mundo está dessa forma...” Todos, no arregalado respeito, tinham as vistas neblinadas. De repente, todos gostavam demais de Soroco.
Ele se sacudiu, de um jeito rebentoso, desacontecido, e virou, pra ir-s’embora. Estava voltando para casa, como se estivesse indo para longe, fora de conta.
Mas, parou. Em tanto que se esquisitou, parecia que ia perder o de sim parar de ser. Assim num excesso de espírito, fora de sentido. E foi o que não se podia prevenir: quem ia fazer siso daquilo: Num rompido – ele começou a cantar, alteado, forte, mas sozinho para si e era a cantiga, mesma, de desatino, que as duas tanto tinham cantado. Cantava continuando.”
(ROSA, J. G. Sorôco. In: Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. p. 21)
Esse excerto permite ao leitor entender que: