Leia o trecho apresentado a seguir.
A impassibilidade com que o grupo vencido recebeu a derrota desconcertou o velho: estavam tramando alguma coisa. Mas não o pegariam desprevenido. Conhecia de perto a astúcia dos que viviam do outro lado da montanha. […]
Após um mês de ausência, para desapontamento geral, Roque Diadema regressou. Fazia-se acompanhar de numerosa comitiva, onde predominavam os mecânicos […].
[…] Enquanto isso, na aldeia, o clima era de mal-estar e desconfiança. […] Pressentiam que chegara a hora de se livrarem dos forasteiros. […]
Não encontraram resistência. […] Contudo, exigiram a imediata demolição das construções.
O ultimato não perturbou Roque Diadema. Buscou a pasta e dela retirou diversas escrituras.
– Aproveitei minha viagem para adquirir os terrenos. Sou hoje proprietário de dois terços da área urbana do povoado.
RUBIÃO, Murilo. A diáspora. Obra completa. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 146; 147; 148.
A relação entre o enredo do conto “A diáspora”, de Murilo Rubião, e o processo brasileiro de modernização, impulsionado a partir do século XIX, se expressa na