Leia os versos de Alphonsus de Guimaraes:
Ó cisnes brancos, cisnes brancos,
Porque viestes, se era tão tarde?
O sol não beija mais os flancos
Da Montanha onde mora a tarde.
Ó cisnes brancos, dolorida
Minh'alma sente dores novas.
Cheguei à terra prometida:
É um deserto cheio de covas.
Voai para outras risonhas plagas,
Cisnes brancos! Sede felizes...
Deixai-me só com as minhas chagas,
E só com as minhas cicatrizes.
Venham as aves agoireiras,
De risada que esfria os ossos...
Min'alma, cheia de caveiras,
Está branca de padre-nossos.
Queimando a carne como brasas,
Venham as tentações daninhas,
Que eu lhes porei, bem sob asas,
A alma cheia de ladainhas.
Ó cisnes brancos, cisnes brancos,
Doce afago da alva plumagem!
Minh'alma morre aos solavancos
Nesta medonha carruagem...
Alphonsus Guimaraes – In: MOISÉS, Massaud. A Literatura Brasileira através dos textos. 22ª ed. São Paulo:Coutrix, 2000, p. 330-331.
Os versos do poeta simbolista revelam as suas tendências para: