Leia os versos abaixo.
Leia a posteridade, ó pátrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado;
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:
Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhando as pálidas areias,
Nas porções do riquíssimo tesouro,
O vasto campo da ambição recreias.
Que de seus raios o planeta louro,
Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
Sabe-se que o Arcadismo foi um dos estilos mais fiéis aos modelos e temas da literatura européia, sobretudo ao Renascimento. Apesar da obediência ao gosto europeu, aspectos da experiência cultural na colônia também se imprimem nos textos desse estilo. Exemplo disso é o poema acima de Cláudio Manoel da Costa, em que se observa: