Questão
Fundação Getúlio Vargas - FGV
2016
2ª Fase
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Discursiva
Mãe

Mãe – que adormente este viver dorido.
E me vele esta noite de tal frio,
E com as mãos piedosas até o fio
Do meu pobre existir, meio partido...

Que me leve consigo, adormecido,
Ao passar pelo sítio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
Da clara luz do seu olhar querido...

Eu dava o meu orgulho de homem – dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava,

Descuidada, feliz, dócil também,
Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mãe!

(Antero de Quental. Antologia, 1991)

Com base no poema, 

a) explique o que representa a mãe para o eu lírico, tendo em vista o que ele vive e o que desejaria viver. Justifique sua resposta com informações do texto; 

b) reescreva os versos “Eu dava o meu orgulho de homem – dava / Minha estéril ciência, sem receio, / E em débil criancinha me tornava,”, substituindo os verbos “dar” e “tornar”, respectivamente, por “abster-se” e “converter-se”, conjugados em outro tempo verbal, adequado ao contexto.