Maquiavel rejeita a tradição idealista de Platão, Aristóteles e Santo Tomás de Aquino e segue a trilha inaugurada pelos historiadores antigos, como Tácito, Políbio, Tucídides e Tito Lívio. Seu ponto de partida e de chegada é a realidade concreta. Daí a ênfase na verità efettuale — a verdade efetiva das coisas. Esta é sua regra metodológica: ver e examinar a realidade tal como ela é e não como se gostaria que ela fosse. A substituição do reino do dever ser, que marcara a filosofia anterior, pelo reino do ser, da realidade, leva Maquiavel a se perguntar: como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estável? O problema central de sua análise política é descobrir como pode ser resolvido o inevitável ciclo de estabilidade e caos.
Sadek, M. T. “Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, O intelectual da virtu. In Weffort, F. C.(org.) Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 2011.
O texto aponta para a revolução ocorrida no pensamento político a partir de Maquiavel expressa na sua preocupação com a