Mestre sala dos mares
Aldir Blanc
Há muito tempo nas águas
Da Guanabara
O dragão no mar reapareceu
Na figura de um bravo
Feiticeiro
A quem a história
Não esqueceu
Conhecido como
Navegante Negro
Tinha a dignidade de um
Mestre sala
E ao acenar pelo mar
Na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por
Batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam
Das costas
Dos santos entre cantos
E chibatas
Inundando o coração
Do pessoal do porão
Que a exemplo do feiticeiro
Gritava então
Glória aos piratas
Às mulatas
Às sereias
Glória à farofa
À cachaça
Às baleias
Glórias a todas as lutas
Inglórias
Que através da
Nossa história
Não esquecemos
Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Durante a República Oligárquica, ocorreu uma série de movimentos sociais que refletia a frustação de grande parte da sociedade com a política implementada pelas elites brasileiras. Por meio desses movimentos, camponeses operários, marinheiros e pobres em geral expressavam suas reinvindicações, normalmente associadas às precárias condições de vida e de trabalho.
Em um desses movimentos, os marinheiros de baixa patente recebiam baixos salários, cumpriam exaustivas jornadas de trabalho e recebiam castigos corporais por desobediência ao regulamento da marinha, uma penalidade que havia sido abolida desde a proclamação da República, mas que, na prática, continuava a vigorar na frota de guerra brasileira.
AZEVEDO, Gislaine Campos. História em movimento/ 2 ed. São Paulo: Ática, 2013; BRAICK, Patricia Ramos, História: das cavernas ao terceiro milênio, 3 ed.. São Paulo, Moderna, 2012.
Analisando a letra da música e o texto acima, podemos afirmar que ambos se referem ao movimento social denominado