Morte e vida severina
— A quem estais carregando,
irmãos das almas,
embrulhado nessa rede?
dizei que eu saiba.
— A um defunto de nada,
irmão das almas,
que há muitas horas viaja
à sua morada.
— E sabeis quem era ele,
irmãos das almas,
sabeis como ele se chama
ou se chamava?
— Severino Lavrador,
irmão das almas,
Severino Lavrador,
mas já não lavra.
MELO NETO, J. C. Morte e vida severina e outros poemas para vozes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994 (fragmento).
Uma das particularidades da literatura é que ela resgata aspectos culturais de um grupo e os apresenta de forma poética. No fragmento de Morte e vida severina, essa particularidade está presente na apropriação