Questão
Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
2001
Fase Única
Murilo-Mendes-seus103608e8bd0
Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:

“A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui”.

MENDES, Murilo. Murilo Mendes — poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em:
A
A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais
B
Salvo o devido respeito / Reforçai, Senhor, a arca
C
A gente vai passear / Ficarei muito saudoso
D
De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro
E
No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade.