“Nada a declarar”. Essa resposta usada sistematicamente por Armando Falcão, ministro da justiça durante a ditadura civil-militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, tornou-se um bordão e um símbolo da censura e da ausência de transparência daquele período histórico. O golpe de 1964 baseou-se em uma retórica de combate à política tradicional e à corrupção. No entanto, ao longo dos seus 21 anos, a ditadura conviveu com vários episódios de corrupção e de impunidade que envolveram figuras e órgãos ligados ao regime. Tal situação levou o então presidente Ernesto Geisel a falar abertamente da corrupção no governo para justificar a necessidade de um processo de abertura política e de retomada de um estado democrático de direito. A respeito desse tema, assinale o que for correto.
01) Dirigido por um grupo de empresários norte-americanos, o banco Sulbrasileiro foi encampado pelo Banco Central após seus sócios declararem problemas de liquidez. Os proprietários do banco nunca prestaram contas sobre os motivos do desaparecimento do capital investido pelos clientes.
02) O “escândalo Lutfalla”, empréstimo de dinheiro do BNDE para uma empresa em situação de falência ligada a Paulo Maluf, político da base de apoio do
regime, levou à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
04) O “Caso Delfim”, um esquema de desvio de empréstimos da Caixa Econômica Federal, envolveu ministros do governo Figueiredo. Apesar da abertura de um processo judicial, Delfim Neto, acusado de ser o mentor das ações, jamais foi julgado pelo caso.
08) Suspeita-se que a execução do jornalista Alexandre von Baumgarten tenha ocorrido em razão do seu conhecimento sobre um esquema montado pelo
general Newton Cruz na exploração ilegal de madeira na região amazônica.
16) Figura ativa na repressão política, o delegado Sérgio Fleury foi acusado pelo Ministério Público de envolvimento com o tráfico de drogas e com a proteção de traficantes em São Paulo.